quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Crianças tratadas como adultos. Isso está certo?


A tese é de uma professora da Universidade do Estado da Bahia. Intrigada com a publicidade voltada para as crianças, ela foi fundo no tema e chegou a algumas conclusões que compartilhamos com você, profissional da Primeira Infância, para que possa refletir a respeito, tirar suas conclusões e fazer uso delas nas orientações aos pais.
A entrevista com a professora Cristhiane Ferreguett foi feita ao jornalista Marco Tadeu, da Revistapontocom. Na tese de pós-graduação da professora, o tema foi a adultização (encurtamento da infância) de meninas, influenciada especialmente pela publicidade.
O que pode parecer inofensivo em uma propaganda ou na reportagem da revista infantil talvez esteja carregado desse fenômeno, que traz consequências ao desenvolvimento infantil.
Cristhiane percebeu, durante seu trabalho de pesquisa, que uma boa parte das crianças percebe que o que é mostrado na publicidade é imaginário, não é real. No entanto, ela também se deu conta de que esse discurso publicitário não se restringe mais à propaganda propriamente dita, mas está inserido, sutilmente, em matérias e reportagens voltadas a esse público.
Destacamos alguns trechos da entrevista para você, mas vale a pena lê-la na íntegra e, quem sabe, desenvolver algum trabalho com pais das crianças pequenas que estão sob seus cuidados, na creche ou pré-escola, no atendimento das áreas de Saúde e Assistência Social.
“A criança sabe que o intuito da propaganda é vender e que para isso ela apresenta um discurso persuasivo que, na maioria das vezes, não corresponde à realidade. Para vencer esta resistência, o discurso publicitário passou a se camuflar e a se inserir em diversos gêneros do discurso, especialmente nas reportagens das revistas infantis”.

“A adultização precoce da menina é construída discursivamente e pode ser observada pelos modelos adultos apresentados como referência de como a menina deve se vestir, maquiar, pentear e do modo como ela deve agir e ser, a fim de promover e incentivar o consumo de produtos normalmente desnecessários para uma criança”.

“Existem estudos que comprovam um encurtamento da infância no plano fisiológico, as meninas estão entrando mais cedo no período da puberdade. Na contramão da queda da fertilidade entre as mulheres adultas, aumenta o número de gravidez na adolescência”.

“Meninas pequenas usam maquiagem e sandálias de salto alto, comprometendo a saúde da sua pele e da sua coluna”.

“Recentemente uma resolução (Resolução n.º 163/2014 – aprovada por unanimidade pela plenária realizada no dia 13/03/2014) do Conanda proibiu ‘a prática do direcionamento de publicidade e comunicação mercadológica à criança com a intenção de persuadi-la para o consumo de qualquer produto ou serviço’. Essa resolução precisa ser respeitada, precisamos da adesão dos pais, da escola e da sociedade como um todo para isso é preciso debater o assunto em diversas instâncias”.

fONTE: http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed818_adultizacao_da_infancia
http://desenvolvimento-infantil.blog.br/criancas-tratadas-como-adultos-isso-esta-certo/

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